
Um conjunto primoroso de obras russas do começo do século 20, de artistas da vanguarda, chegou ao CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) na terça-feira (15), após passar por Brasília e pelo Rio.
"Virada Russa - a Vanguarda na Coleção do Museu Estatal Russo de São Petesburgo" exibe cerca de 120 trabalhos de nomes seminais do período, como Marc Chagall e Kazimir Maliévitch.
"As peças pertencem a um contexto de profunda transformação e de questionamento do tradicionalismo", contextualiza um dos curadores, Rodolfo Athayde.
"Isso aconteceu também na Europa. Na Rússia, porém, o contexto político, criado pela revolução, foi muito forte", completa Ania Rodríguez, que também assina a curadoria.
Dividida em três núcleos, a mostra ocupa o primeiro andar do CCBB com quadros do início da vanguarda.
No segundo piso, estão as obras mais representativas: quadros de Vasili Kandinsky e de Vladímir Tátlin, que anunciaram a abstração e o construtivismo, respectivamente. A trilogia "Quadrado Negro", "Cruz Negra" e "Círculo Negro", de Maliévitch, são os principais destaques.
Cartazes e obras figurativas do realismo socialista, expostas no porão, retomam o tradicionalismo.
Destaques da coletiva
A trilogia "Quadrado Negro", "Cruz Negra" e "Círculo Negro", de Kazimir Maliévitch, é considerada uma das maiores rupturas na história da pintura.
Ao colocar um quadrado negro sobre um fundo branco, o artista levou a pintura a uma simplicidade extrema, a um marco zero, e deu o pontapé para as artes moderna e contemporânea.
"Com esses três quadros, Maliévitch esboça, pela primeira vez, a arte conceitual e questiona o que será da pintura a partir dali", resume o curador Rodolfo Athayde.
Centro Cultural Banco do Brasil
R. Álvares Penteado, 112 - Centro - Centro. Telefone: 3113-3651.
Bibliografia JULIANA NADIN
do Guia da Folha
Nenhum comentário:
Postar um comentário