quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Kandinsky ganha retrospectiva inédita em Nova York


O Guggenheim de Nova York celebra este ano seu 50º aniversário e para comemorar a data redonda, o museu resolveu abrir esta semana uma exposição de retrospectiva da grande referência do abstracionismo: o russo Wassily Kandinsky. Primeiro pintor a criar uma aquarela totalmente abstrata, Kandinsky ganha agora uma retrospectiva que reúne nada menos que 100 pinturas.

O artista, conhecido pela criação de uma abstração lírica - ao contrário de outros contemporâneos seus, Piet Mondrian e Kasimir Malevich, famosos pelas abstrações geométricas - terminou sua carreira como um teórico da arte, tendo ensinado na prestigiada Bauhaus, escola de design, artes plásticas e arquitetura que funcionou entre 1919 e 1933, na Alemanha, e deu novos pilares para a poética da arte contemporânea.

Apesar de ser conhecido pelo caráter vanguardista da abstração, o pintor russo também tem entre seus trabalhos mais famosos várias telas figurativas.

A mostra, organizada pelo curador Tracey Bashkoff, fica em cartaz em Nova York até o dia 13 de janeiro de 2010.

domingo, 20 de setembro de 2009

1919: Inauguração da escola Bauhaus


No dia 21 de março de 1919, o arquiteto Walter Gropius inaugurou a Escola Bauhaus em Weimar, no leste da Alemanha.

Ao fundar o movimento Bauhaus – que significa "casa de construção" –, o arquiteto Walter Gropius criou uma instituição de ensino com idéias vanguardistas, numa época em que o mundo enfrentava séria crise econômica. Engenheiros e arquitetos buscavam uma maneira simples de produzir em série objetos de consumo baratos.

No primeiro manifesto da Bauhaus, publicado em 1919, Gropius declarou que a arquitetura é a meta de toda atividade criadora. Completá-la e embelezá-la foi, antigamente, a principal tarefa das artes plásticas. "Não há diferença entre o artesão e o artista, mas todo artista deve necessariamente possuir competência técnica", pregava o fundador da Bauhaus.

Aprendizado em três fases

Entre professores e alunos, havia liberdade de criação, desde que obedecendo a convicções filosóficas comuns. O currículo da Bauhaus previa três fases: o primeiro semestre era o fundamento da própria Bauhaus. Inspirava-se nas idéias de Alfred Hozel, da Academia de Stuttgart. Ele havia elaborado um método de ensino para libertar os estudantes de preconceitos em relação ao "belo" e à "estética" adquiridos nas escolas primárias e nos ginásios. Era a preparação intelectual para a próxima fase.

Na segunda etapa, eram desenvolvidos problemas mais complexos e mais diversificados, como projetos industriais, pintura, escultura, arte publicitária, teatro, arte cênica e dança. Concluída esta fase, o aluno recebia o diploma da Bauhaus e podia começar o curso de arquitetura propriamente dito.

Em 1925, o governo cortou os subsídios à escola, obrigando sua transferência para outra cidade, Dessau, também no leste alemão. Lá se construi uma universidade seguindo os planos de Walter Gropius, que foi fechada pelos nazistas em 1932. A difusão do movimento se deu através de exposições na Alemanha e no exterior, além de publicações.

Quando a perseguição nazista se acirrou, seus principais expoentes emigraram para a Inglaterra e os Estados Unidos. Hoje, a Bauhaus de Weimar é uma escola superior, enquanto a de Dessau abriga a Fundação Bauhaus.

Trabalhos da vanguarda russa ocupam CCBB


Um conjunto primoroso de obras russas do começo do século 20, de artistas da vanguarda, chegou ao CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) na terça-feira (15), após passar por Brasília e pelo Rio.

"Virada Russa - a Vanguarda na Coleção do Museu Estatal Russo de São Petesburgo" exibe cerca de 120 trabalhos de nomes seminais do período, como Marc Chagall e Kazimir Maliévitch.

"As peças pertencem a um contexto de profunda transformação e de questionamento do tradicionalismo", contextualiza um dos curadores, Rodolfo Athayde.

"Isso aconteceu também na Europa. Na Rússia, porém, o contexto político, criado pela revolução, foi muito forte", completa Ania Rodríguez, que também assina a curadoria.

Dividida em três núcleos, a mostra ocupa o primeiro andar do CCBB com quadros do início da vanguarda.

No segundo piso, estão as obras mais representativas: quadros de Vasili Kandinsky e de Vladímir Tátlin, que anunciaram a abstração e o construtivismo, respectivamente. A trilogia "Quadrado Negro", "Cruz Negra" e "Círculo Negro", de Maliévitch, são os principais destaques.

Cartazes e obras figurativas do realismo socialista, expostas no porão, retomam o tradicionalismo.

Destaques da coletiva

A trilogia "Quadrado Negro", "Cruz Negra" e "Círculo Negro", de Kazimir Maliévitch, é considerada uma das maiores rupturas na história da pintura.

Ao colocar um quadrado negro sobre um fundo branco, o artista levou a pintura a uma simplicidade extrema, a um marco zero, e deu o pontapé para as artes moderna e contemporânea.

"Com esses três quadros, Maliévitch esboça, pela primeira vez, a arte conceitual e questiona o que será da pintura a partir dali", resume o curador Rodolfo Athayde.


Centro Cultural Banco do Brasil
R. Álvares Penteado, 112 - Centro - Centro. Telefone: 3113-3651.


Bibliografia JULIANA NADIN
do Guia da Folha

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Conhecendo São Paulo com Turismo Metrô

Roteiro: Teatro Municipal – São Francisco

Metrô Estação Sé destino Estação Anhangabaú
Ladeira da Memória
Shopping Light
Teatro Municipal (visitas internas a partir de abril/2009)
Monumento a Carlos Gomes e Fonte dos Desejos
Viaduto do Chá
Praça do Patriarca
Faculdade de Direito Largo do São Francisco
Igreja de São Francisco de Assis*
Igreja da Ordem 3ª de São Francisco
Escola de Comércio Álvares Penteado
Igreja de São Gonçalo
Fórum João Mendes e Tribunal de Justiça
Capela do Menino Jesus e Santa Luzia*
Igreja Nossa Senhora da Boa Morte
Igreja da Ordem 3ª do Carmo
Estação Sé

Roteiro: Luz

Metrô Estação Sé destino Estação Luz
Estação da Luz*
Parque da Luz*
Café Pinacoteca
Pinacoteca do Estado
Museu de Arte Sacra* – Museu do Presépio
Metrô Estação Tiradentes destino Estação Sé

Roteiro: Paulista

Metrô Estação Sé destino Estação Brigadeiro
Casa das Rosas*
Grupo Escolar Rodrigues Alves
Hospital Santa Catarina
Instituto Pasteur
Metrô Estação Brigadeiro destino Estação Trianon-Masp
Parque Trianon*
Feirinhas
Masp* (opcional, com desconto na visitação)
Metrô Estação Trianon-Masp destino Estação Sé;

Roteiro: Sé

Metrô Estação Sé destino Estação São Bento
Igreja de São Bento*
Largo de São Bento
Praça Antônio Prado
Rua 15 de Novembro
Rua do Comércio
Largo do Café
Praça do Patriarca
Igreja Santo Antônio
Rua da Quitanda
Centro Cultural Banco do Brasil*
Pateo do Collegio*
Capela do Beato Padre Anchieta
Casa Nº 1
Beco do Pinto
Solar da Marquesa
Centro Cultural da Caixa Econômica
Praça da Sé
Marco Zero
Catedral da Sé*

Roteiro: Memorial da América Latina

Metrô Estação Sé destino Estação Barra Funda
Memorial da América Latina* – Pavilhão da Criatividade e Salão dos Atos Tiradentes
Metrô Estação Barra Funda destino Estação República
Praça da República
Metrô Estação República destino Estação Sé

Roteiro: Memorial do Imigrante

Metrô Estação Sé destino Estação Bresser-Mooca
Memorial do Imigrante*
Passeio de Maria-Fumaça (opcional, pago a parte)
Metrô Estação Bresser-Mooca destino Estação República
Praça da República
Metrô Estação República destino Estação Sé*

A Arte do Mito


Obras de temas mitológicos a partir do século 14 estão expostas no MASP
Para comemorar os 60 anos do MASP, a organização do museu criou um ciclo de quatro exposições. A primeira delas é A Arte do Mito, que apresenta 49 obras do século 14 aos dias de hoje. O acervo apresenta obras de técnicas e períodos diversos que tratam de temas mitológicos extraordinários.
A mostra possui pinturas, desenhos e cerâmicas de artistas como Renoir, Pablo Picasso, Claude Monet, Eugéne Delacroix, Nicolas Poussin, Michele Rocca, entre outros. Destaque para obras como A Toalete de Vênus (foto), de Michele Rocca, O Outono, de Delacroix, A Canoa sobre o Epte, de Monet, e Ressureição de Cristo, de Rafel.
Foto: Divulgação

Museu de Artes São Paulo ( Masp)


Inaugurado em outubro de 1947 por Assis Chateaubriand, o Museu de Arte de São Paulo (Masp) é fruto de uma aventura de duas pessoas com visão revolucionária para sua época e apoiadas por um grupo de amigos.
Fundador e proprietário dos Diários e Emissoras Associados, juntamente com o professor Pietro Maria Bardi, jornalista e crítico de arte na Itália recém chegado ao Brasil, Chateubriand criou a coleção mais importante do hemisfério Sul. O feliz encontro entre eles alinhou o Brasil com os países de primeiro mundo no universo das artes.O projeto que vinha sendo cultivado há décadas obteve muito sucesso após inaugurado, arrecadando os fundos necessários à aquisição de obras de arte para formar o acervo do museu.
Lina Bo, arquiteta modernista italiana e esposa do professor Bardi, concebeu arquitetonicamente o prédio atual do Masp. O terreno da Avenida Paulista havia sido doado à municipalidade com a condição de que a vista para o centro da cidade, bem como para a Serra da Cantareira, fosse preservada. Assim, ela idealizou um edifício sustentado por quatro pilares, permitindo, assim, aos que passam pelo local aprecia-se o centro da cidade. Em construção civil é único no mundo com o corpo principal pousado sobre quatro pilares laterais com um vão livre de 74 metros.

Museu de Artes de São Paulo (Masp)Avenida Paulista, 1.578 - Cerqueira César - Centro - São Paulo (Metrô Trianon-Masp)Tel.: (11) 3251-5644
Horário: De terça a domingo e feriados, das 11h às 18h. Quinta, das 11h às 20hPreço: R$ 15 (inteira) e R$ 7 (estudante com carteirinha e idosos)Grátis às terças e para menores de dez e maiores de 60 anos

sábado, 12 de setembro de 2009

Mestre das cores Henri Matisse é tema de exposição em São Paulo


'Nature morte au magnolia', de Henri Matisse. (Foto: Sucession H. Matisse)
A Pinacoteca do Estado, em São Paulo, recebeu a primeira exposição individual do artista francês Henri Matisse (1869-1954). A mostra “Matisse hoje”, que integra o calendário oficial do Ano da França no Brasil e fica em cartaz até 1º de novembro, reúne cerca de 80 obras de importantes coleções públicas e privadas do Brasil e da França, como o Musée National d’Art Moderne – Centre Pompidou (Paris), a Biblioteca Nacional da França e o Musée Matisse (Le Cateau-Cambrésis).Montada sob a curadoria de Emilie Ovaere, do Musée Matisse, e assistência de Regina Teixeira de Barros, do corpo técnico da Pinacoteca do Estado, a mostra é composta por pinturas, esculturas, desenhos, fotos, documentos e livros ilustrados de Henri-Émile-Benoît Matisse. O público poderá acompanhar a evolução do processo criativo do artista, em um percurso retrospectivo. Entre os destaques, estão as obras “Nature morte au magnoia” (1941) e “Nu rose assis” (1935-36), os painéis serigrafados “Océanie”, “Le ciel” e “Océanie, la mer”; e as pranchas do livro “Jazz”, editado em 1947. Outro destaque são as imagens realizadas por importantes fotógrafos como Henri Cartier-Bresson e Man Ray, que retratam Matisse no cotidiano e em seu ateliê. Paralelamente, a mostra será acompanhada por trabalhos de cinco artistas da cena francesa contemporânea que dialogam com a criação de Matisse: Philippe Richard (Dijon,1962), Pierre Mabille (Amiens, 1958), Cécile Bart (Dijon, 1958), Christophe Cuzin (Saint Simeon, 1956) e Frédérique Lucien (Briançon, 1960).
Exposição "Matisse hoje" Quando: de 5 de setembro a 1º de novembro (terça a dom, das 10 às 18h) Onde: Pinacoteca do Estado, Praça da Luz, 2, Centro, tel. (11) 3335-4990 Quanto: R$ 6 e R$ 3 (meia) / grátis aos sábados

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Lina Bo Bardi



Achillina Bo Arquiteta brasileira de origem italiana (1914-1992). Nasce em Roma e forma-se em arquitetura em 1946. Vem para o Brasil em seguida, acompanhando o marido, Pietro Maria Bardi, convidado para dirigir o Museu de Arte de São Paulo (Masp). Entre 1955 e 1959 desenha móveis e dá aulas na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP). Nos dez anos seguintes encarrega-se do projeto e da construção da nova sede do Masp, totalmente estruturada em concreto e vidro sobre um vão livre de 70 metros de altura, o maior do mundo na época. A partir dos anos 70 participa de vários planos de restauração de prédios históricos em Salvador, além de desenhar o Museu de Arte Moderna da Bahia. Em 1977 torna-se a pioneira da "arqueologia industrial" no Brasil ao iniciar a restauração de uma antiga fábrica do início do século em São Paulo, transformando-a em centro cultural e esportivo - o Sesc Fábrica da Pompéia. Morre em São Paulo.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Museu virtual mostra 6 mil anos de história iraquiana

Site traz obras espalhadas pelo mundo, inclusive em locais de risco.Iniciativa foi do Ministério das Relações Exteriores da Itália.

Para tentar manter a história do país viva sem arriscar a vida de turistas, o Ministério das Relações Exteriores da Itália fundou o Museu Virtual do Iraque, com obras de todos os períodos dos seus mais de 6 mil anos de história.

O museu (veja o site, em inglês, italiano ou árabe) tem uma apresentação com mapas e música e organiza as galerias por períodos. Alguns são acompanhados por vídeos explicativos. Cada item pode ser explorado com zoom, e uma descrição conta sua história, com a devida datação.
As oito salas compreendem os períodos da pré-história, sumério, acadiano e neo-sumério, babilônico, assírio, aquemênida e selêucida, sassânida e islâmico.

Segundo um comunicado do ministério italiano, o museu virtual objetiva substituir o Museu Nacional, que fica em Bagdá, mas "uma seleção de alguns dos mais significativos exemplos da civilização iraquiana, incluindo objetos localizados em museus ao redor do mundo."

Fonte G1

Arquitetura funcional

Não gosto da arquitetura nova
Porque a arquitetura nova não faz casas velhas
Não gosto das casas novas
Porque as casas novas não têm fantasmas
E, quando digo fantasmas, não quero dizer essas assombrações vulgares
Que andam por aí...
É não-sei-quê de mais sutil
Nessas velhas, velhas casas,
Como, em nós, a presença invisível da alma...Tu nem sabes,
Apena que me dão as crianças de hoje!
Vivem desencantadas como uns órfãos:
As suas casas não têm porões nem sótãos,
São umas pobres casas sem mistério.
Como pode nelas vir morar o sonho?
O sonho é sempre um hóspede clandestino e é preciso,
(Como bem sabíamos)
Ocultá-lo das visitas,
(Que diriam elas, as solenes visitas?)
É preciso ocultá-lo dos confessores,
Dos professores,
Até dos Profetas,
(Os Profetas estão sempre profetizando outras coisas...)
E as casas novas não têm ao menos aqueles longos, intermináveis corredores,
Que a Lua vinha às vezes assombrar!

Mario Quintana