sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Fórum do Meio Ambiente e da Fazenda Pública



Fórum do Meio Ambiente e da Fazenda Pública
Dinamismo, Inovação e Sustentabilidade .

Inaugurado em abril de 2011, com 6.300 m², o Fórum Desembargador Joaquim de Souza Neto, também chamado de Fórum Verde, é o primeiro Fórum sustentável do Judiciário brasileiro e do Poder Público, que utilizou um processo de construção dentro de todas as exigências de sustentabilidade.

O Fórum Verde é uma iniciativa inédita no judiciário brasileiro. É também a primeira obra do centro-oeste dotada de conceitos inovadores de sustentabilidade, que revelam uma nova preocupação do Poder Público em que "além de atender às necessidades da sociedade, vai ao encontro de uma melhor convivência do homem com o meio ambiente", destaca o desembargador Otávio Augusto, Presidente do TJDFT.

A nova Casa de Justiça abriga as oito Varas Fazenda Pública do DF e a Vara do Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do Distrito Federal. Está localizada no Setor de Administração Municipal - SAM, lote "M", próximo ao Tribunal de Contas do DF.

Inovação e Dinamismo

Uma concepção dinâmica e inovadora que valoriza o plano urbanístico local e critérios de sustentabilidade na construção, faz do Fórum do Meio Ambiente e da Fazenda do Distrito Federal – TJDFT um marco arquitetônico no centro oeste. A construção envolveu profissionais multidisciplinares e integrou conceitos ecologicamente reconhecidos, desde a concepção do edifício, iniciada na gestão 2008-2010 e concluída pela atual gestão (2010-2012). Sua inauguração compõe o atual Plano do Biênio do TJDFT - PLABI 2010-2012.

O projeto foi assinado pela Zanettini Arquitetura em parceria com a arquiteta Sandra Henriques do Setor de Engenharia e Arquitetura do TJDFT.

O empreendimento construído pela CAENGE atende às premissas para requerimento de certificação do Green Building Council (LEED), um sistema de certificação e orientação ambiental de edificações. Criado pelo U.S. Green Building Council, é o selo de maior reconhecimento internacional e o mais utilizado em todo o mundo, obtido por apenas 10 construções em todo o Brasil e esta é a única na região Centro-Oeste. O selo do Green Building Council

Brasil possui várias categorias e é avaliado conforme uma pontuação pré-estabelecida.

Estruturas metálicas aparentes

O grande destaque nesta obra, se dá pelo conceito de estruturas metálicas aparentes, confeccionadas em perfis laminados de abas paralelas no aço ASTM a 572 Grau 50, tensão de escoamento f y = 345 Mpa.

A estrutura em aço, que se desenvolve em uma malha de 1,25x 1,25m, lajes steel deck, fechamentos e divisórias em dry-wall, proporcionam espaços e sistemas flexíveis, de fácil alteração futura prolongando a vida útil do edifício, tornando o processo construtivo ágil e com um canteiro de obras mais limpo.

O subsolo estruturou-se em concreto armado convencional, incluindo teto e piso do térreo. As caixas de escadas e de elevadores também foram executadas em concreto armado convencional, sempre que possível, utilizando o cimento CPIII devido ao alto conteúdo de material reciclado incorporado ao produto e utilização de material de escória, limitado a 70%.

Detalhe importante do Fórum Verde é a localização no terreno, que permitiu a retirada mínima da vegetação nativa para o início das obras e possibilitou que o edifício, depois de concluído, ficasse totalmente integrado com o entorno.

Aproveitando a iluminação natural e a ventilação cruzada em todos os ambientes, isso levou a uma significativa redução na utilização de iluminação artificial e do ar-condicionado, gerando significativa economia de energia elétrica.

Retirada mínina de vegetação: integração com o entorno

As superfícies envidraçadas ao norte e ao sul da edificação, são protegidas pelos terraços em balanço ou por telas em aço inoxidável, tensionadas e afastadas 80 cm da fachada, garantindo o sombreamento desejável e o conforto de seus usuários. Ao longo da fachada solarium, vidro temperado laminado float verde 8 mm faz o fechamento e cobre os vãos das faces especificadas em projeto.

A área é protegida contra o excesso de incidência solar em determinadas partes por telas em aço inoxidáveis 304-L de 2.000 mm de largura, constituídas por fios retos de 2,00 mm de diâmetro e abertura de 2,00 mm, representando uma retenção de luz de aproximadamente 50%, com 7,00 kg/m².

No solarium, brise de liga de alumínio e zinco em painéis de 100 mm foram instalados na horizontal.

As superfícies leste e oeste são cegas, evitando a incidência da radiação solar direta e ganhos térmicos indesejáveis. A implantação de floreiras em todos os pavimentos auxiliou na proteção solar e na qualidade do ar como também na humanização do ambiente de trabalho.

A cobertura é composta de laje impermeabilizada, telhas metálicas zipadas simples em alumínio e sistema ajardinado.

A telha metálica zipada utiliza uma tecnologia exclusiva que permite a fabricação das telhas no canteiro de obras com uma unidade móvel e computadorizada de perfilação, para diversos comprimentos, sem furos, emendas ou sobreposições, o que assegura a estanqueidade total da cobertura.

O processo é feito sob medida, com uma construção limpa e rápida que permite racionalização e precisão no dimensionamento dos custos e recursos necessários para viabilização do empreendimento. Com uma área total de 660m² onde foram utilizados telhas em alumínio com 01mm de espessura.

A telha zipada é considerada uma opção de cobertura sustentável, com vegetação em superfícies horizontais, verticais ou inclinadas de edificações. Esta solução diminui o volume de água das chuvas que vai para a rede de águas pluviais, reduzindo o risco de enchentes. Colabora para a melhoria das condições do microclima urbano e para diminuição das ilhas de calor, já que aumenta a umidade do ar, retém as partículas de poluição e pode diminuir a velocidade do vento. Seus efeitos positivos também são sentidos no amortecimento dos ruídos de baixa frequência, no aumento de áreas permeáveis, além de servir como isolante térmico para o ambiente interno da edificação.

A cobertura ajardinada abriga uma compacta estação de tratamento de afluentes e captação de água pluvial. O desafio de minimizar o impacto ambiental da construção, resultou em ambientes internos e externos que garantem o conforto ambiental do usuário, eficiência energética do edifício, possibilidade de utilização de energia limpa, economia de água com reutilização de águas cinzas e pluviais para fins não potáveis e adoção de metais eficientes proporcionando uma integração perfeita com a paisagem do entorno.

Vidro temperado laminado verde faz o fechamento e cobre os vãos das faces..


Segundo a construtora CAENGE foram utilizados 20% de materiais reciclados na obra e 40% de materiais regionais. A gestão sustentável de resíduos também foi utilizada, garantindo com que 75% dos resíduos gerados fossem reaproveitados ou reciclados. Toda a madeira utilizada nas paredes e divisórias é proveniente de reflorestamento. As tintas, mantas e colas foram testadas em laboratórios de forma a garantir que obedecessem as normas técnicas mais restritivas de liberação de COV's (Compostos Orgânicos Voláteis).

"Nosso desafio não foi só viabilizar a máxima redução dos impactos ambientais na fase de construção, mas também possibilitar que ganhos efetivos fossem alcançados durante o uso futuro do edifício, seja por meio da maior eficiência energética e seus sistemas, seja pelo conforto ambiental nas dependências internas, o que permitirá que os usuários tenham um melhor desempenho em suas atividades cotidianas. Com o know-how adquirido durante a execução desta obra, a empresa inaugura uma nova fase para os seus empreendimentos futuros", destaca Marco Aurélio B.G, da CAENGE Ambiental.


Finalista no Prêmio Green Building Brasil 2011

A obra do Fórum Verde está entre os finalistas do Prêmio GBB 2011, promovido pelo Green Building Council Brasil (GBC Brasil).O objetivo do concurso é valorizar iniciativas sustentáveis na construção civil.

A Zanettini Arquitetura recebeu a indicação pelo projeto do TJDFT na categoria "Obra Pública Sustentável".


FÓRUM DO MEIO AMBIENTE E DA FAZENDA PÚBLICA
Proprietário/Cliente: Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios-TJDFT
End: Lote M, Setor de Administração Municipal
Cidade: Brasília Estado: Distrito Federal
Projeto em execução.

EQUIPE TÉCNICA PROJETO DE ARQUITETURA
Arquiteto responsável: Siegbert Zanettini
Arquiteto coordenador: Thaís Barzocchini
Arquitetos colaboradores: Samara Araujo de Paula, Juliana Matos Martins Bacchi, Alexandre Barone e Éric Fick Gonzalez.

EQUIPE TÉCNICA PROJETOS COMPLEMENTARES
Projeto de Estrutura: Meirelles Carvalho Engenharia e Projetos S/C Ltda
Projeto de Instalações: Giacometti Projetos e Consultoria Ltda
Projeto de Climatização: Unitempo Engenharia Ltda
Projeto de Dados e Voz: Eng. Fernando Autran Jr (TJDFT)
Certificação LEED: SUSTENTAX Engenharia de Sustentabilidade

FORNECEDORES
Paredes Drywall: PLACO DO BRASIL
Divisórias Removíveis: ABATEX
Divisórias Sanitárias: NEOCOM SYSTEM – ALCOPLAC PLUS
Vidros temperados/laminados: CEBRACE Brise vertical em tela metálica: DIMARTINO
Brise horizontal em aluzinc: HUNTER DOUGLAS
Telha metálica zipada: BEMO DO BRASIL
Sistemas de cob. verde: INSTITUTO CIDADE JARDIM
Piso elevado polipropileno: REMASTER
Piso elevado aço: TATE
Piso vinílico: FADEMAC
Piso Cerâmico: CERÂMICAS ELIANE – CARGO PLUS WHITE
Carpete: MILLIKEN – TALKATIVE RAIN 2
Capacho: 3M – NOMAD MODULAR
Rodapé em poliestireno: SANTA LUZIA
Revestimento Ext. em ACM: ALCAN
Revestimento Ext. em Fulget: GRANITORRE Pinturas: SUVINIL
Revestimento cerâmico: PORTINARI – WHITE PLAIN LUX
Forro Mineral Modular: AMF – FEINSTRATOS MICROPERF C/ HYGENA

Forro Gesso Acartonado: PLACO DO BRASIL Louças e Metais Sanitários: DECA (DOCOL PARA D.F.) Ferragens: LA FONTE Portas automáticas: DORMA Elevadores: OTIS

Fonte:

Zanettini Arquitetura
Tribunal de Justiça do Distrito Federal
Conselho Nacional de Justiça

Fotos:

Zanettini Arquitetura

Fonte:
http://www.metalica.com.br/forum-do-meio-ambiente-e-da-fazenda-publica

domingo, 11 de setembro de 2011

Jardins Suspensos da Babilônia


Os Jardins Suspensos foram construídos na Babilônia a mando do rei Nabucodonosor, no século VI a.C., tornando-se uma das principais obras arquitetônicas empreendidas pelo monarca durante seu reinado pela Mesopotâmia. A obra é considerada uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, apesar de não se ter registros de sua existência em pesquisas arqueológicas.

Eram compostos por cerca de seis terraços construídos como andares, dando a idéia de serem elevadiços – ou suspensos, como o próprio nome sugere. Os andares tinham cerca de 120 m², apoiados por gigantes colunas que chegavam a medir até 100 metros.

Cada superfície era adornada com jardins botânicos que continham inúmeras árvores frutíferas, esculturas dos deuses cultuados pelos acádios e cascatas, situadas em uma planície retangular.

Alguns documentos antigos dizem que os jardins davam acesso ao palácio do rei Nabucodonosor, que havia mandado construí-lo para satisfazer as vontades de sua esposa preferida Amitis. Ela dizia que sentia saudades dos campos e florestas de sua terra natal, Média.

Sua localização próxima ao rio Eufrates possibilitou que amplos sistemas de irrigação fluvial atingissem a superfície, através de poços gigantes em formas de arcos que chegavam a medir 23 metros de altura. Como as pedras eram muito raras no território da Babilônia, grande parte da construção dos Jardins Suspensos eram sustentadas por tijolos, revestidos de betume e chumbo para mantê-los secos da água irrigada.

Para preservar a beleza dos Jardins Suspensos, escravos mantinham o sistema de roldanas e baldes para encher as cascatas e piscinas, distribuindo toda a irrigação para as superfícies do local.

Por mais que se imagine a estonteante beleza dos Jardins Suspensos, muito pouco se sabe de como ele era realmente mantida e qual foi sua finalidade ou o motivo de sua total destruição. Em nenhum dos documentos encontrados na Babilônia no período de Nabocondosor encontra-se registro da existência dessa gigantesca obra arquitetônica. O que se sabe está registrado em anotações de historiadores da Grécia Antiga, mas, mesmo assim, a maioria de suas informações são muito vagas.

Fontes:
http://www.angelfire.com/me/babiloniabrasil/jardinsus.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jardins_suspensos_da_Babilônia

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Arquitetura da Felicidade



Trechos e quatro capitúlos do livro, degustem:
Capítulo 1
Uma casa geminada numa rua arborizada. Hoje cedo, a casa ressoava com gritos de crianças e vozes de adultos, mas desde que o último ocupante partiu (com a sua mochila) há poucas horas, ela ficou sozinha para curtir a manhã. O sol surgiu por cima da empena dos prédios em frente e agora entra pelas janelas do andar térreo, pintando as paredes internas de um amarelo amanteigado e aquecendo a fachada de ásperos tijolos vermelhos. Dentro das faixas formadas pela luz do sol, partículas de pó movem-se como obedecendo ao ritmo de uma valsa silenciosa. Do vestíbulo, o murmúrio baixo do tráfego alguns quarteirões adiante pode ser percebido. Ocasionalmente a caixa de correio se abre para receber um folheto melancólico.
A casa dá sinais de gostar do vazio. Ela se reorganiza depois da noite, limpando os seus pulmões e estalando as juntas. Esta criatura digna e amadurecida, com suas veias de cobre e pés de madeira aninhados numa camada de argila, suportou muita coisa: bolas lançadas contra as laterais do seu jardim, portas batidas com raiva, tentativas de plantar bananeira ao longo dos seus corredores, o peso e os ruídos de equipamentos elétricos e encanadores inexperientes sondando as suas vísceras. Uma família de quatro pessoas, acompanhada de uma colônia de formigas ao redor das fundações e, na primavera, ninhadas de tordos nas chaminés. Ela também empresta um ombro a uma frágil (ou apenas indolente) ervilha-de-cheiro que se encosta no muro do jardim, regalando-se com a corte peripatética de um círculo de abelhas.
A casa se transformou numa testemunha bem informada. Foi cúmplice das primeiras seduções, vigiou os deveres de casa sendo feitos, observou bebês envoltos em cueiros recém-chegados do hospital, foi surpreendida no meio da noite por conversas sussurradas na cozinha. Experimentou noites de inverno, quando as suas janelas ficavam frias como sacos de ervilhas congeladas, e crepúsculos no auge do verão, quando as suas paredes de tijolos tinham o calor de um pão recém-saído do forno.
Ela proporcionou não apenas refúgio físico mas também psicológico. Tem sido uma guardiã da identidade. Ao longo dos anos, seus donos retornaram depois de períodos de ausência e, olhando ao redor, lembraram quem eles eram. As lajotas do pavimento térreo falam de serenidade e graça amadurecida, enquanto a regularidade dos armários da cozinha é um modelo de ordem e disciplina que não intimida. A mesa de jantar, com a toalha de oleado estampada com grandes botões-de-ouro, sugere uma explosão de alegria aliviada por uma carrancuda parede de concreto próxima. Junto da escada, pequenas naturezas-mortas com ovos e limões chamam a atenção para a complexidade e beleza das coisas cotidianas. Na prateleira sob a janela, um jarro de vidro com centáureas ajuda a resistir à atração da melancolia. No andar superior, uma sala vazia e estreita é espaço para tramar pensamentos revigorantes, sua clarabóia abre para nuvens impacientes que migram rápido sobre gruas e canos de chaminés.
Embora esta casa não tenha soluções para uma grande parte dos males que afligem seus ocupantes, seus aposentos são evidência de uma felicidade à qual a arquitetura deu a sua característica contribuição.
Capítulo 2
No entanto, a preocupação com a arquitetura nunca esteve livre de um certo grau de desconfiança. Dúvidas surgiram a respeito da seriedade do assunto, o seu valor moral e o seu custo. Um instigante número de pessoas entre as mais inteligentes do mundo desdenharam de qualquer interesse pela decoração e o design, equacionando o contentamento, pelo contrário, com questões imateriais e invisíveis.
Dizem que Epiteto, o filósofo estóico da Grécia Antiga, indagou a um amigo que estava muito triste porque a sua casa havia sido totalmente destruída num incêndio: "Se você compreende o que governa o universo, como pode se queixar por pedacinhos de pedra e rocha bonita?" (Não se sabe quanto tempo mais durou esta amizade). Diz a lenda que, depois de escutar a voz de Deus, a eremita cristã Alexandra vendeu a sua casa, fechou-se numa tumba e nunca mais olhou para o mundo lá fora, enquanto outro eremita, Paulo de Sceta, dormia sobre um cobertor no chão de uma choupana de barro sem janela e recitava 300 orações por dia, sofrendo apenas quando soube de um homem santo que conseguia recitar 700 e dormia num ataúde.
Essa austeridade tem sido uma constante histórica. Na primavera de 1137, o monge cisterciense chamado São Bernardo de Claraval fez a volta completa do lago Genebra sem sequer notar a sua presença ali. Da mesma forma, depois de quatro anos no seu mosteiro, São Bernardo não foi capaz de dizer se a área de jantar tinha um teto abobadado (e tem) ou quantas janelas havia no santuário da sua igreja (três). Numa visita ao Convento dos Cartuxos de Dauphiné, São Bernardo deixou os seus anfitriões atônitos ao chegar num magnífico cavalo branco diametralmente oposto aos valores ascetas que professava. Mas ele explicou que tinha pedido emprestado o animal a um tio rico e não notara a sua aparência nos quatro dias de viagem pela França.
Capítulo 3
Não obstante, essa determinação em menosprezar a experiência visual sempre veio acompanhada de tentativas igualmente persistentes de dar uma forma elegante ao mundo material. Muita gente entortou as costas entalhando flores nas vigas de seus telhados e cansou a vista bordando animais nas suas toalhas de mesa. Essas pessoas renunciaram ao descanso no fim de semana para esconderem feios cabos de eletricidade por trás das prateleiras. Pensaram cuidadosamente em como seria a melhor superfície para se trabalhar na cozinha. Imaginaram morar nas casas caríssimas que aparecem nas revistas e ficaram tristes, como quando se cruza com uma pessoa desconhecida e sedutora numa rua cheia de gente.
Parecemos divididos entre a necessidade de atropelar nossos sentidos e nos adaptar anestesiados aos nossos ambientes e o impulso contraditório de reconhecer o quanto as nossas identidades estão indelevelmente associadas ao lugar onde vivemos, e junto com ele se transformarão. Um quarto feio pode coagular vagas desconfianças quanto ao que está faltando na vida, enquanto outro ensolarado, revestido com pedras calcárias cor de mel, é capaz de dar sustentação às nossas maiores esperanças.
A premissa para se acreditar na importância da arquitetura é a noção de que somos, queiramos ou não, pessoas diferentes em lugares diferentes – e a convicção de que cabe à arquitetura deixar bem claro para nós quem poderíamos idealmente ser.
Capítulo 4
Às vezes ficamos ansiosos para exaltar a influência daquilo que nos cerca. Na sala de estar de uma casa na República Tcheca, vemos um exemplo de como paredes, cadeiras e pisos combinam-se para criar uma atmosfera em que as melhores facetas de nós mesmos têm chance de florescer. Aceitamos com grande gratidão o poder que um simples quarto possa ter.
Mas sensibilidade à arquitetura tem também seus aspectos mais problemáticos. Se um único aposento é capaz de alterar o que sentimos, se a nossa felicidade pode depender da cor das paredes ou do formato de uma porta, o que acontecerá conosco na maioria dos lugares que somos forçados a olhar e habitar? O que vamos sentir numa casa com janelas que parecem as de uma prisão, carpete manchado e cortinas de plástico?
É para impedir a possibilidade de angústia permanente que podemos ser levados a fechar nossos olhos para quase tudo que nos cerca pois nunca estamos longe de manchas de umidade e tetos rachados, cidades despedaçadas e estaleiros enferrujados. Não podemos permanecer indefinidamente sensíveis aos ambientes que não temos como melhorar – e acabar tão conscientes quanto temos condições de ser. Repetindo a atitude dos filósofos estóicos ou de São Bernardo ao redor do lago Genebra, talvez nos vejamos argumentando que, em última instância, não importa muito a aparência dos prédios, o que está no teto ou como a parede é tratada – confissões de desapego que se originam não tanto de uma instabilidade ao que é belo quanto ao desejo de afastar a tristeza que teríamos de enfrentar ficando expostos às muitas ausências de beleza.

http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/040707/trecho_arquitetura.html

Pensamentos

“Você pensa que a filosofia é difícil, mas (…) ela não é nada comparada com a dificuldade de ser um bom arquiteto”, Ludwig Wittgenstein

domingo, 24 de abril de 2011

As varias visões sobre a arquitetura


Li um romance que falava; você só conhece uma obra quando se vê três vezes: amanha, tarde e noite. Pois cada hora você tem uma arquitetura diferente.
O mas engraçado é que tive aula de conforto termico e agora de paisagismo e só agora vejo que é verdade.

quinta-feira, 10 de março de 2011

O pensamento do arquiteto

"Uma casa é uma máquina de morar."

"Cem vezes pensei que Nova York é uma catástrofe; cinqüenta vezes, que é uma bonita catástrofe."

Le Corbusier